Pálida rosa despetalada Atração e sentimentos se fundiram, Corpos se entrelaçaram, Espermatozóides a perseguir o óvulo Que a ti fecundaria... Branca como a névoa caída, brumas no amanhecer Criança meiga e tão pura, que logo O mundo viu crescer... Mas como se desenvolver de forma Saudável e tranqüila, em meio às “turbulências”? Inteligência e vivacidade eram suas características... Rosto sempre sorridente, Buscavas apenas viver. Cedo tornou-se adulta, Ainda não era o momento Para assumir a maternidade, Nenhuma estrutura havia. Em meio à estrada obscura, Más companhias a cercaram. Foram tão breves seus dias, Logo sua vida ceifaram... Pais e familiares choram mais essa perda... Pálida rosa, agora despetalada, O vento encarregou-se de semear tua essência nos jardins dos "esquecidos", Lá, onde milhares já foram levados. Deixastes duas sementes, Para lembrar a esse mundo Que um dia aqui passastes. Tomara nessa outra dimensão estejas na eterna glória! ******* Ísis Dumont PS.: Nascida e criada na cidade, onde subia e descia às rampas com seu skate, até bem pouco tempo ainda adolescente. Hoje arrancada da vida de forma abrupta, Marcélli é apenas uma lembrança. Seu espírito tão jovem, no verdor dos seus 19 anos, habita o além onde milhares foram levados pelo mesmo "destino", trucidados pelas mãos assassinas do tráfico, sem dó nem piedade. Terrível e assustador é saber que ela não foi a última.
*************************************************
Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 06/06/2014
Alterado em 07/06/2014 Copyright © 2014. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |