Entre Folhas, Morta Algumas vezes me vejo segurando o leme do barco que me leva sem destino algum, por caminhos sonhados, em ondas agitadas, rotas traçadas em oceano nenhum. Outras vezes conduzo o volante, percorro estradas, vias esburacadas, acompanho com o olhar, pedestres passantes, suas vestes rotas, sem perspectivas, de tristes rostos, iguais a mim, desnudos de esperança. Em outros momentos, não passo de uma folha seca, caída no chão do esquecimento, rebolada pelo vento, amassada entre as demais. Assim é também meu coração, tantas vezes exausto, sem destino, preocupado não apenas comigo. Sai de casa, cria asas, perde o sossego, vira folha "seca de setembro", que nasce sem alegria, mas não vive... -Apenas morre ao relento. Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 21/09/2013
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