Quando Rosas Não Abrem Quando rosas não abrem, lágrimas começam a cair torrencialmente em cada canto do jardim... Há tristeza, silêncio profundo tomando conta do tempo, passageiro ali presente... Pássaros em bandos dormitam durante o dia, abandonam campos, viram desertores de uma terra também abandonada. Sob as asas recolhem os bicos, gastos na procura de alimentos cada vez mais escassos. Quando rosas não abrem, ouve-se um clamor, o qual comove até o mais duro dos corações: O beija flor, isolado, chora copiosamente, travando as asas, num ato de resistência, recusa-se a visitar outras flores. Quando rosas não abrem,
botões passam por um processo de “maturação”, na esperança de que um dia chegue o amanhecer e as rosas até então fechadas, possam abrir... Mas se não abrirem-se?... - o céu permanecerá tingido de chumbo e liberando tristes e salgadas gotas de seu pranto sobre o beija flor, sobre os pássaros, sobre as outras flores... todos inquilinos daquele miserável, enlutado e desolado jardim. Isis Dumont Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 17/09/2013
Alterado em 17/09/2013 Copyright © 2013. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |