Só Mais Um Pranto Lá fora a chuva cai sem cessar... Plantas e flores no jardim estão um charco! O terraço está tomado por um tapete aveludado de verdes musgos... Precisa cuidado para não escorregar! A praça está deserta, adultos e crianças estão recolhidos em casa ou em outros espaços. Os bancos estão molhados e sujos pelas flores caídas com excesso de ventania... Diversão alí, só quando o inverno se despedir. É a primeira vez que não me permito sair para ver a chuva caindo, lavando a calçada, lavando a rua... Hoje não me reconheço. Peço para ninguém me convidar pra sair. Preciso viajar em busca de mim. Meu “eu” não está mais aqui, faz algum tempo que percebi! Ausentou-se sem me dar satisfação. Pensa que é independente! Sonho com o dia em que não volte mais a viver essa sensação de desencanto, de angústia. Há um tormento em cada canto onde meu olhar alcança. Por isso, eu peço, imploro: Deixe-me prantear o sepultamento... da última roseira assassinada por um ousado pé de vento! Isis Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 28/06/2013
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