SEM ESTRELAS NEM LUAR Já era tarde... ao anoitecer. Meus pensamentos viajavam... Passarinhos apressados Me faziam lembrar uma tarefa importante. Depressa, levantei-me da varanda... Recolhi todos os retalhos que precisava Para compor uma obra de "arte," Mas os retalhos eram cinza! Tão sombrios quanto a minha alma abatida, naquela noite... Sou adepta das cores, ainda que um tanto discreta. Nada "chamativo" demais! Mas o colorido transmite alegria. Dá mais vida... Colecionei os retalhos mesmo assim. Tentei organizar com criatividade para que Num formato diferente... Minha arte fosse mais atraente, e Recebesse alguns olhares de admiração, De reconhecimento, quem sabe. Nessas horas não preciso ouvir palavras de gratidão. Nem anseio por elogios. Às vezes são falsos! A mim bastam olhares sinceros. Olhos que brilhem, onde os meus se encontrem. Não peço muito! Não preciso de muito! Só isso! O trabalho foi árduo, solitário. Rendeu a noite e dois terços do dia. Mais uma noite bate à porta. Exausta, após tantas horas de labor, Precisei recolher-me... Minha arte não foi apreciada. O público não compareceu. Nem as estrelas sorriram com seu brilho majestoso... Nem a lua foi cordial com sua presença. Desencantada... dormi! O alvorecer não tardará. O sol é pontual e logo cedo Libera seu brilho, que vem de encontro Ao meu triste olhar, perdido Por essa noite sem cores, sem palavras, Sem sorrisos nem olhos brilhando para afagar o meu olhar triste,.. "Sem Estrelas Nem Luar!" E minha arte foi entregue à escuridão e à solidão da madrugada, Onde só os vampiros trafegam. Onde outras criaturas, amedrontadas, Assustadas, se anulam e se escondem em casulos... também sombrios. Isis Dumont Numa noite onde nem as estrelas nem a lua... estavam presentes. Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 31/08/2012
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