MANHÃ NO BOSQUE...
A madrugada chega mais cedo me trazendo Um recorte azul desse dia que começa Sob uma fina e fria chuva... Com tintas e pincéis da alma desenhei as mais belas Palavras de amor... Compus versos sublimes que antes nunca fiz Para outro alguém... E se fiz, não foi com a mesma emoção nem com A mesma intensidade... Não havia o colorido, o encanto dessa mesma paixão. Não sei se verás... Não sei se hoje comigo estarás... E minha inspiração viaja, vagueia, naufraga, Me deixa perdida, aturdida, e minha alma Sonâmbula, perambula, sem objetivo, sem sentido, Sem juízo, à procura do nada num bosque inacessível, Afogada na saudade, imergida no mistério dessa Densa e imensa paixão que me assusta, me consome, Me deixa delirante... Mergulhada nesse labirinto vivo a dor que sangra, Lateja, lacrimeja, a dor que deseja deixar de ser... Vivo a dor que quer esquecer que tanto dói, A dor que quer ser apagada, transformada, Transmutada para um lago profundo no fundo Mais fundo do fundo do mar! Isis Dumont Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 10/03/2012
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