Importância da Leitura, Fonte Inesgotável de Conhecimento A leitura é algo muito importante na vida de qualquer pessoa, é fonte de conhecimento, de crescimento, de entretenimento, de prazer; nos permite não apenas sonhar, mas viajar, voar percorrendo mundos inimagináveis sem sair do lugar! Ler significa mais e melhor qualidade de vida, além de fazer com que cada indivíduo amplie e aperfeiçoe seu conhecimento contribuindo para torna-lo um ser humano pensante, crítico e reflexivo. Entre outros benefícios o hábito da leitura exercita a memória, estimula a criatividade, melhora a capacidade de reflexão e interpretação, o vocabulário e a qualidade da escrita. Através da leitura vamos nos aprimorando enquanto leitores, enquanto falantes e escritores. Falo da escrita na sociedade contemporânea, não necessariamente da escrita literária.
O hábito de ler passou a ser uma necessidade: participar ativamente de uma sociedade, descobrir o universo através das palavras, além do fato que, ao final de cada leitura nos enriquecemos com novas ideias e novas experiências. É comum na vida de uma pessoa que o incentivo à leitura venha da parte de alguém a exemplo de pais, professores, amigos, uma avó que contava histórias durante a infância, etc. Entretanto, nem todas as pessoas receberam essa influência. Há leitores que buscaram ou buscam sozinhos o contato com o mundo da literatura.
O ato da leitura é muito mais do que simplesmente ler um artigo de revista, um livro, um jornal. Através de um livro, milhares de crianças podem descobrir um universo de aventuras, um mundo só seu, repleto de magia que é concedido nas páginas de um livro. A leitura é uma atividade prazerosa e poderosa, pois desenvolve uma enorme capacidade de criar, traz conhecimentos, promovendo uma nova visão do mundo. O leitor estabelece uma relação dinâmica entre a fantasia encontrada nos universos dos livros e a realidade encontrada em seu meio social. A criatividade, a imaginação e o raciocínio se sobrepõem diante deste magnífico cenário, criando um palco de possibilidades. É fundamental organizarmos nosso tempo para colocar em prática o hábito de ler. É tão gratificante quando nos identificamos com uma história, com seus personagens e com a forma que aquele(a) autor(a) conta a história.
Acredita-se que a facilidade com a qual se acessam às tecnologias, contribui significativamente para o distanciamento do público infantojuvenil da leitura. Entretanto, você há de convir que, tablets ou celulares são mais atraentes que livros, não é isso? Além de possibilitarem acessar amplamente mídias diversas. Por outro lado, pesquisas mostram que o hábito da leitura entre crianças de 5 a 10 anos tem aumentado nos últimos anos. Embora ainda distante do desejado, há um crescente aumento na procura por obras literárias, isso significa que as pessoas, entre essas os jovens, estão lendo mais, apesar da queda no número de leitores, de 56% para 52% revelada pela pesquisa, cerca de 4,6 milhões de leitores, entre 2015 e 2019. A Retratos da Leitura no Brasil é realizada pelo Instituto Pró-Livro (IPL), Itaú Cultural e IBOPE Inteligência, e considera leitor toda pessoa que leu, inteiro ou em partes, pelo menos um livro nos últimos 3 meses antes de sua realização.
É o exercício da leitura que nos torna mais confiantes no momento do vestibular, numa entrevista de emprego, na hora de argumentar, até mesmo nas situações mais simples do cotidiano, como, pedir uma informação a alguém que não conhecemos. Isso configura uma realidade: a pessoa que tem o hábito de ler sempre tem a ganhar.
Cada leitor ao fazer uma leitura, trava um contato direto com o texto, trazendo para o seu objeto de leitura as suas experiências pessoais, suas ideologias, seus conceitos, é isto que faz o ato de ler tão importante. O leitor se tornará um coautor do texto, deixando suas características e impressões, segundo Josef Soares, “cada leitura é uma nova escritura de um texto. O ato de criação não estaria, assim, na escrita, mas na leitura, o verdadeiro produtor não seria o autor, mas o leitor”. Ler não é descobrir o que o autor quis nos dizer, “[...] ao ler, o leitor trabalha produzindo significações, é nesse trabalho que ele se constrói leitor. Suas leituras prévias, suas histórias como leitor, estão presentes como condição de seu trabalho de leitura, e esse trabalho o constitui como leitor e assim sucessivamente”.
Um dos pontos principais que não podemos deixar de citar é a família, pois é através dela que normalmente surge o primeiro contato com a leitura. Porém, em uma sociedade em que a maioria dos pais trabalha fora ou não tiveram acesso à leitura, o tempo para dedicar-se à formação dos filhos como leitores, é cada vez menor, restando à escola a responsabilidade de desenvolver esta habilidade em seus alunos, ressaltando que no âmbito escolar é o seu caráter interdisciplinar o traço de maior relevo, já que interfere decisivamente no aprendizado das demais matérias do currículo. A escola, dessa forma, toma como prioridade a aprendizagem da leitura, “aprender a ler,” para então “ler para aprender”, quer dizer, apropriar-se de uma competência para compreender os diferentes tipos de textos existentes no seu contexto social e também fora dele.
“Ler não é apenas o ato simples de ler uma palavra, uma frase ou texto completo. Ler é interpretar, é compreender uma mensagem ou uma ideia presente em um texto. Educação sem leitura é uma ilusão. É preciso fazer uso da leitura não apenas como atividade educativa, mas como prática social, integrante fundamental na construção da cidadania. A leitura enseja inúmeras possibilidades de conhecimento e faz o aluno mais versátil em relação aos desafios que lhe são propostos na vida de modo que ele possa lidar com essas situações encontrando diferentes focos de solução para resolver qualquer tipo de questão.
A literatura, bem como toda cultura que questiona, que faz o indivíduo pensar, criticar, observar, não está sendo trabalhada de maneira correta, investigadora e isso se dá devido à falta de informação de professores e dos profissionais que com elas trabalham. Para Machado (2001, p.45) “não se contrata um instrutor de natação que não sabe nadar, no entanto, as salas de aula brasileira estão repletas de pessoas que apesar de não ler, tentam ensinar”.
Aprendi a ler soletrando na antiga “Carta de ABC”. Em casa, estudava sozinha. Minha mãe não tinha tempo para me ensinar, nem aos meus irmãos; e meu pai, até meus 11 anos, ele era um pai pouco presente, mais viajante. Simultaneamente, meu contato com o vasto acervo de cordéis, poemas e canções impressas, trazidos por ele, meu pai, (poeta in memoriam) foi primordial para despertar o gosto pela leitura, o interesse pelos livros e o amor pela poesia. Meu pai amava a leitura e a escrita, e a poesia que estava em seu DNA. Graças a ele, tínhamos alguns livros: eram dicionários, livros de ciências, de “estudos sociais” (atualmente: história e geografia) um privilégio porque, para mim o que importava era ler. E eu lia, lia tudo que surgia em minha frente. Ainda hoje sou assim: a leitura tornou-se parte fundamental, inseparável, impregnada em meu dia a dia. Um hábito que contribuiu (e contribui) significativamente para as mudanças em minha vida.
Durante a infância, quase diariamente, à noite, minha avó materna contando histórias de fadas, reinos e princesas encantadas, entre outras. Em seu colo eu as ouvia atenta e curiosamente. Algumas daquelas histórias, aos 7 anos, eu já lia em minha “Cartilha de Alfabetização”, um feito e tanto numa época onde nem tínhamos acesso aos livros e materiais impressos como temos hoje, e onde predominava o analfabetismo. Posteriormente, no início de minha juventude, passei a trabalhar em sala de aula, o que me possibilitou fazer parte, mergulhar em outro mundo: o trabalho com crianças, adolescentes e, posteriormente jovens e adultos. Lecionei outras disciplinas, mas era nas aulas de Língua Portuguesa que eu me sentia mais realizada. Era algo muito prazeroso, algo que ia muito além do dever profissional. Foram três décadas de troca de saberes, experiências bastante enriquecedoras, aprendizados construídos e compartilhados, obstáculos vivenciados (muitos vencidos) que me fortaleceram ainda mais. Aqui peço-lhes permissão para falar de um momento muito gratificante: um testemunho em sala de aula, de um aluno que prestou (na época) vestibular em uma universidade federal. Na aula de Língua Portuguesa eu havia trabalhado o texto: “Como criar uma fera em casa” (Frei Beto), coincidentemente esse texto estava na prova, e isso, segundo ele, o ajudou muito. Ele foi aprovado, não por conta do texto, mas haver contribuído com aquele momento, para mim foi muito gratificante!
Quando lemos temos a possibilidade de criarmos espaços de luz ou de sombras, por isso, não importa o horário em que lemos; sobre o livro pode vir a pousar a aurora ou o anoitecer; podem se antecipar estações a exemplo de inverno, outono ou primavera.
“Quanto mais você lê, mais coisas irá saber, e quanto mais você aprender, a mais lugares poderá ir”.
Se você não teve esse contato com os livros, por falta de incentivo quando era criança ou por outros motivos, acredite, isso ainda é possível! Nunca é tarde para (re)começar, ainda que seja aquilo que nunca fizemos ou experimentamos antes, como: o hábito de ler!
Aparecida Ramos
Autora de:
"Palavras da Alma” (crônicas e poemas) lançamento/2018.
Meu segundo trabalho encontra-se na Editora; breve estarei contando a vocês... www.isisdumont.prosaeverso.net Fontes de pesquisa:
Acima, foto de alunos da E.E. onde fui homenageada enquanto autora local, por ocasião da "FLIRED" (Projeto da Secretaria Estadual de Educação) em minha Cidade.
2ª imagem, do Google. 3ª imagem: Crianças, usuárias do SCFV, de minha Cidade, com minha participação em oficinas sobre leitura. O presente texto foi construído a partir de uma solicitação de um amigo, para tratar dessa temática tão relevante e indispensável. A ele agradeço a lembrança e a motivação. Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 03/05/2021
Alterado em 03/05/2021 Copyright © 2021. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |