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"Na nossa situação atual, onde o covid-19 mata
pessoas em todos os cantos do mundo,
as perdas vão ser sentidas como abandonos,
distantes. Haverá um sentimento de impotência
muito maior do que em outras situações, e
diante disso é importante você saber o que te
espera, para que assim você tenha
armas para lutar quando necessário;
por agora, assista sua angústia".
A DOR DE PERDER ALGUÉM PARA
A COVID-19
Imagino que nessa pandemia será difícil restar algumas famílias que não tenham perdido alguém para esse vírus terrível! Em dezembro, bem próximo ao Natal/2019 senti uma vontade grande de ir visitá-los, pois tenho outras tias e primos que residem lá (Natal/RN) além dos(as) que estavam visitando vindo de São Paulo.
Há algumas semanas, mas precisamente na segunda semana do mês de junho, através de contato do Whatsapp fiquei sabendo que tio Zeca estava hospitalizado por conta do Covid-19. No dia 24 percebi um silêncio 'incomum" no grupo da família. Foi aí que tomei conhecimento de sua partida. Foi e está sendo muito triste para mim também. Ele era um dos tios queridos, irmão de meu pai. Perto deles eu me sinto e me sentia mais próxima do pai que não tenho mais desde meus 11 anos!
Em sua casa como nas dos outros tios, sempre fui muito bem acolhida, tratada como se fosse sua filha. Dele vou guardar as boas lembranças, a alegria, seu humor mesmo sem muita aparência, e mais: a bondade e a grandeza de seu coração, de um bom pai, esposo, homem de caráter reto, além de humano.
Eternas saudades!! E a certeza de nosso reencontro um dia.
Travessia (Milton Nascimento) Quando você foi embora fez-se noite em meu viver
Forte eu sou, mas não tem jeito
Hoje eu tenho que chorar
Minha casa não é minha e nem é meu este lugar
Estou só e não resisto, muito tenho pra falar
Solto a voz nas estradas, já não quero parar
Meu caminho é de pedra, como posso sonhar
Sonho feito de brisa, vento vem terminar
Vou fechar o meu pranto, vou querer me matar
Vou seguindo pela vida me esquecendo de você
Eu não quero mais a morte, tenho muito o que viver
Vou querer amar de novo e se não der não vou sofrer
Já não sonho, hoje faço com meu braço o meu viver.
Essas fotos foram tiradas na casa dele, no dia 21/12, quando me despedi sem saber que era a última vez!
Imagino essa cena da imagem: meu primo junto ao túmulo, em um momento atípico onde não temos sequer o direito de velar e realizar um sepultamento "digno", de pessoas queridas, seja familiar ou não, que partem antes de nós.
A certeza da não imortalidade nos faz crer que não podemos ser, nem podemos ter tudo. Somos limitados porque somos humanos. Só Deus é sem limites porque ...
Ele é Deus!!
Estejam em paz com suas famílias, seus entes amados e entre amigos(as)! Se cuidem muito, queridos(as)!!
Link da imagem: https://www.vittude.com/blog/covid-19-mata/
Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 11/07/2020
Alterado em 18/11/2020
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