Aparecida Ramos -  Prosa e Verso

Palavras que a alma e o coração não calam.

Textos


 
"Cada vez mais crianças e adolescentes utilizam
aparelhos digitais como tablets e celulares.
No entanto, o uso excessivo de celulares por
crianças pode trazer consequências para o
desenvolvimento cognitivo e social
e para a saúde.

O som de risadas e vozes toma o ambiente. Enquanto adultos conversam, as crianças olham a tela do celular. Algumas recebem comida na boca de mães zelosas sem sequer prestar atenção ao que ingerem, como
pequenos robôs."

Fatos x Fotos, qual a relevância?
 
Quem me conhece sabe que curto, gosto muito de fotografias, mas saibam que estou ligada nessa parada rs. Diariamente faço um esforço quase "sobre-humano"rs para não me tornar inconveniente nos espaços, nos eventos onde vou, nem me permitir "escravizar" por essas tecnologias, deixando que venham interferir nas atividades que realizo fora ou em casa e, principalmente substituam pessoas em minha vida. Sabemos que não é fácil lutar contra isso, mas precisamos estar atentos, devemos nos policiar sim, somente dessa forma poderemos auxiliar na educação de nossos filhos e netos, quando se tratar do uso frequente do celular e outros aparelhos tecnológicos.
 
É fato que na era digital o celular nos acompanha não apenas onde estamos, aonde vamos, mas em todos os cômodos de nossas casas, algumas vezes até no banheiro. Até aí não deveria ser, mas na atual sociedade é até natural, digamos. 
Por outro lado, fico sem entender como algumas pessoas utilizam esse meio de comunicação (que, diga-se de passagem muito nos ajuda facilitando inúmeras situações em nossa vida) também na Igreja, nos momentos celebrativos, e durante outros eventos, quando os mesmos exigem nossa total atenção e participação. Não sou melhor que ninguém, mas acho desrrespeitoso esse tipo de comportamento, e isso inclui também conversar com alguém, mexendo no celular ou em reuniões de trabalho, por exemplo, pessoas ficarem acessando, simplesmente mostrando que não estão interessadas nas discussões que, obviamente são de interesse comum.
Hoje, enquanto aguardava atendimento em uma Agência Bancária, fiquei observando um menininho, de apenas uns dois anos e meio, no máximo, ainda nem falava direito, brincando com o aparelho celular da mãe. O pequeno falava, tagarelava com o celular no ouvido, certamente imitando o que vê na própria família, inclusive, repetindo parte das conversas, dos recados dados pela mãe. Um idoso que estava ao lado, possivelmente o avô, ria, achando engraçado; a mãe ria e falava para as pessoas a sua volta sobre a esperteza do garoto, e ele, de vez em quando mencionava um palavrão que não me apraz citar aqui. Ela estava bastante tranquila, tendo em vista que seu filhinho ficou o tempo todo sentado, ou seja, não lhe deu o menor trabalho durante os 55m39s, enquanto durou a espera.
Atualmente, nós, adultos, muitas vezes não estamos tão interessados nos discursos, nem nas mensagens transmitidas sobre a relevância do que se discute ou do que está sendo apresentado em determinados lugares, mas damos mais importância às sessões de fotos. E aqui, volto a falar novamente de pessoas na Igreja, quando se prestam a tirar muitas fotografias, sem se darem conta de que o "ponto alto" nas Celebrações não são, nem serão jamais os nossos retratos, mas a essência do Cristo que se doou pela Humanidade, e que ali está representada nas formas de pão e vinho.
As sessões de fotos acabam por desviar a atenção e concentração de muitas pessoas. Respeito quem gosta de agir assim, porém, não acho isso uma coisa legal, interessante, ainda que não seja em eventos religiosos. O que deve ser mais importante, é a natureza dos eventos, o que ali se transmite, ou as enxurradas de fotos publicadas, tantas vezes em tempo real nas redes sociais? E pior: fotos tiradas, inclusive aleatoriamente, e publicadas sem editar, sem nenhum cuidado que essas mesmas tecnologias nos oferecem, acabam mostrando imagens ou panos de fundo que não são ou podem não ser nada atraentes para o público que vai visualizar e até compartilhar dezenas ou centenas de vezes. É importante ressaltar que não me refiro às fotografias para registrar o momento, guardar as lembranças, documentar, porque eu também adoro tirar! Mas aos excessos que algumas pessoas cometem.
Não será que estamos dando espaço demais para as tecnologias e restringindo nossos contatos, nossa presença e nossa fala com as pessoas?
Portanto, valorizemos e amemos bem mais às pessoas, inclusive aquelas que estão conosco, e saibamos usar bem as coisas, as tecnologias, tirando dessas o maior proveito, mas sem interferir, nem prejudicar os eventos e momentos onde estivermos participando!
Aparecida Ramos
www.isisdumont.prosaeverso.net

 
Recomendações da OMS para o uso de aparelhos digitais por crianças


Tirar fotos de tudo pode acabar com a sua memória do evento (e da viagem, da festa…)

Tirar fotos de tudo durante uma viagem para lembrar de cada detalhezinho, ainda mais com milhares de cliques disponíveis nas câmeras e smartphones atuais, pode não ser uma ideia muito boa, apesar de tentadora. Aliás, pode surtir o efeito contrário, segundo uma pesquisa feita em uma universidade americana.
A doutora Linda Henkel, da Universidade de Fairfield, em Connecticut, realizou um experimento em um museu para ver como as pessoas se relacionavam com as memórias que registravam. Foi pedido ao grupo de voluntários que tirasse fotos dos objetos da exposição ou tentasse se lembrar deles.
No dia seguinte, foi pedido que eles falassem dos objetos vistos. O resultado foi que a maioria das pessoas conseguia dar menos detalhes dos objetos fotografados que dos que foram apenas observados.
“Quando as pessoas confiam na tecnologia para lembrar das coisas para eles – confiando na câmera para gravar o evento e não precisar estar nele completamente – pode ter um impacto negativo em quão bem elas se lembram das experiências”, explica Henkel. O nome dado à descoberta é “photo-taking impairment effect”, algo como “efeito de perda ao tirar fotos”. É a justificativa apresentada por alguns músicos, como Beyoncé, Prince e Björk, para pedir que fotos não sejam tiradas em seus shows.
A equipe de Henkel identificou, ainda, um outro “fenômeno”: quando um detalhe é fotografado, a mente se lembra do objeto inteiro, e não apenas do que foi enquadrado.
Os próximos passos da pesquisa são analisar elementos: descobrir se fotografar-se no lugar altera a memória da situação e se ativamente escolher o que fotografar pode fazer com que se preste mais atenção – na pesquisa feita, foi direcionado aos participantes o que poderia ser fotografado, resultando num ambiente controlado, que nem sempre corresponde à vida real.

Com informações:
Telegraph
 
Aparecida Ramos e Telegraph
Enviado por Aparecida Ramos em 31/10/2019
Alterado em 01/11/2019
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