AUTISMO - E SE FOSSE SEU FILHO?
Nenhuma criança nasce com manual de instruções acoplado ao seu corpo, não é mesmo? Se tudo fosse tão previsível ou se nossos atos bem-intencionados fossem garantia de sucesso ou de fracasso, essa fórmulatão desejada pelos pais e cuidadores estaria há anos bem sólida, com o passo a passos bem-definidos e, no transcorrer dos anos, saberíamos de cor e salteado o que fazer e, com certeza acertaríamos.
Luciana/Clay Brites 2 de Abril - Dia Mundial da Conscientização do Autismo NÃO AO PRECONCEITO!!! Os transtornos do espectro autista (TEA) são uma condição com a qual uma pessoa precisa conviver ao longo da vida e que afeta a forma como ela se comunica e interage com o mundo. O nível de funções cognitivas e intelectuais de austistas varia bastante, desde um profundo comprometimento destas habilidades até impactos bem mais sutis.
Para uma melhor compreensão sobre o autismo, se faz necessário entender os determinantes genéticos e ambientais, seu desenvolvimento, as ideias recebidas que continuam a circundá-lo, como reconhecer suas múltiplas facetas e as melhores estratégias de avaliação e de intervenção que podem ser implantadas.
O TEA afeta o comportamento do indivíduo, e os primeiros sinais podem ser notados em bebês de poucos meses. No geral, uma criança do espectro autista apresenta os seguintes sintomas: Dificuldade para interagir socialmente, como manter o contato visual, expressão facial, gestos, expressar as próprias emoções e fazer amigos;
Dificuldade na comunicação, optando pelo uso repetitivo da linguagem e bloqueios para começar e manter um diálogo; Alterações comportamentais, como manias, apego excessivo a rotinas, interesse intenso em coisas específicas e dificuldade de imaginação. Segundo a OrganizaçãoPan-Americana da Saúde (OPAS) a cada 160 crianças que nascem uma é autista.
Os TEAs surgem ainda na infância e tendem a persistir durante a adolescência e a fase adulta. Algumas pessoas no espectro do autismo podem viver de forma independente. Outras têm deficiências graves e requerem cuidados e apoio ao longo da vida.
Se os pais e cuidadores têm as informações corretas, podem buscar treinamento e adquirir habilidades vitais, como administrar as dificuldades de comunicação e comportamento social, o que, por sua vez, podem melhorar o bem-estar e a qualidade de vida das pessoas com TEA e de quem convive com elas.
Segundo o Dr. José Salomão Schwartzman, Neuropediatra – "o que se chama de autismo nada mais é do que um tipo de comportamento que se caracteriza por três aspectos fundamentais. Primeiro: são crianças que parecem não tomar consciência da presença do outro como pessoa. Segundo: apresentam muita dificuldade de comunicação. Não é que não falem, não conseguem estabelecer um canal de comunicação eficiente. Terceiro: têm um padrão de comportamento muito restrito e repetitivo. Atualmente, qualquer indivíduo que apresente esses sintomas, em maior ou menor grau, é caracterizado como autista. Como se vê, o conceito de autismo é muito amplo. Costumo compará-lo com o de deficiência mental, outro conjunto de sinais e sintomas presentes numa série imensa de pessoas. Nós nunca vamos conhecer a causa do autismo, porque a cada momento estamos descobrindo novas possibilidades. Eu poderia elencar 20, 30, 40 condições diferentes que podem cursar com autismo. A síndrome de Down, a síndrome do X-Frágil e uma série de outras doenças podem cursar o autismo. Da mesma forma, a síndrome fetal alcoólica provocada pela ingestão de álcool durante a gravidez é uma das causas frequentes de deficiência mental e autismo." A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que há uma enorme disparidade nos diagnósticos por gênero.
Provavelmente centenas de milhares de meninas e mulheres em todo o mundo lidem com o autismo sem nunca terem sido diagnosticadas, de acordo com novas pesquisas científicas. "Muitas meninas e mulheres autistas parecem ser apenas pessoas tímidas e introvertidas", diz a escritora e empresária britânica Alis Rowe. Com frequência, afirma ela, "essas garotas quietas - e seus problemas - podem ser 'invisíveis' para outras pessoas". Estudos realizados no Reino Unido descobriu que 23% das mulheres hospitalizadas por anorexia se encaixavam dentro dos critérios "diagnósticos para o autismo." Muitos pacientes apresentam quadros de ansiedade, depressão, autoflagelação e outros problemas relacionados à saúde mental, daí a importância do diagnóstico do autismo. Uma dificuldade enfrentada pelos pesquisadores é que meninas com autismo parecem se comportar de maneiras consideradas "adequadas" - se não ideais - para elas em comparação com meninos: podem parecer ser passivas, retraídas, dependentes dos outros, não envolvidas nas situações que vivenciam ou mesmo deprimidas.
Elas podem se tornar aficcionadas e até mesmo obsessivamente interessadas em temas muito específicos, como ocorre com os meninos autistas, mas elas podem não gravitar em direção às áreas de conhecimento "nerds", como tecnologia ou matemática.
"Infelizmente, na cultura ocidental, as meninas que exibem esses comportamentos são mais propensas a serem alvo de piadas ou ignoradas do que diagnosticadas e tratadas", diz a mãe de uma garota com TEA.
'Não há problema se você não se encaixar'
Até recentemente, "pessoas quietas que passam despercebidas", pessoas que tendem a ser "esforçadas, agradáveis e bem educadas" não atraíam a atenção dos profissionais de educação e saúde.
Mas há uma mudança em curso mundo científico, e o viés de gênero está sendo lenta e progressivamente debatido.
"Se você quiser ajudar os portadores de TEA, leia e aprenda sobre autismo. Mesmo que você nunca receba um diagnóstico, saber sobre isso significa estar ciente das estratégias que pessoas autistas usam. Pode, literalmente, mudar sua vida", diz Alis.
"Se você é autista e passou a vida inteira tentando se encaixar, comece a entender que não há problema em não se encaixar. Na verdade, você tem muitas habilidades e capacidades únicas. Se puder, transforme suas diferenças em algo que seja seu sustento", diz Alis, que dirige o The Curly Hair Project, uma empresa que dá apoio a pessoas no espectro autista e a quem convive com elas.
Aos pais ou responsáveis por autistas: É fundamental observar os "diferentes" interesses das crianças, e começar a admirar a forma como elas veem o mundo. Lembrem-se que aquilo que pode ser fácil para você pode ser muito difícil ou bastante complicado para elas.
É preciso ensinar esses indivíduos a fazerem determinadas coisas que presumiríamos serem capazes de aprender sozinhos, como por exemplo: descascar ovo, enfiar a chave na fechadura, escovar os dentes, se vestir, etc. Pesquisadores e médicos de todo o mundo estudam o autismo há mais de 100 anos. Perseverança, compromisso com a ciência e compaixão com as crianças autistas permeiam a história das descobertas que melhoraram a vida dos portadores no mundo todo. Tratamento Não existe cura para o autismo. Remédios para lidar com ele só são prescritos na presença de agressividade e de outras doenças paralelas, como depressão. O tratamento deve ser multidisciplinar, englobando médicos, fonoaudiólogos, físioterapeutas, psicólogos, psicopedagogos. Em resumo, tudo isso visa incentivar o indivíduo a realizar, sozinho, tarefas como se vestir, escovar os dentes e comer. Isso, claro, sempre de acordo com o grau de dificuldade de cada criança. Quando as intervenções são feitas precocemente, há boa chance de melhora nos sinais do autismo. Importante: Os autistas apresentam o desenvolvimento físico normal. Mas eles têm grande dificuldade para firmar relações sociais ou afetivas e dão mostras de viver em um mundo isolado. Se você acha que seu filho é autista busque ajuda de profissionais especializados! Fontes de pesquisas: https://autismoerealidade.org. https://drauziovarella.uol.com. https://saude.abril.com.br/mente-saudavel Imagens: https://www.google.com/search?q=AUTISMO Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 03/04/2019
Alterado em 07/04/2019 Copyright © 2019. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |