Pincelo Aquarelas Na madrugada perduram os silêncios... raramente quebrados pelo cri... cri... de pequenos grilos, alojados sob algumas pedras do meio fio, que restam junto à calçada. De minha janela observo o jardim onde florescem meus versos de amor, em meio a alguns de saudade... da saudade que o vento transporta embalada em gotas de orvalho deixadas sobre a folhagem da amendoeira; essa saudade que transborda de meu coração cheio de amor! Sou como o rio que corre delineando margens e ribanceiras, transpondo obstáculos, persistente em seu fluxo. Sou como o rio que, algumas vezes, mesmo desaguando em cachoeira não desiste dos desafios, nem de continuar seu curso; não cansa de ser corrente, seguindo sempre em frente, sem desistir de pincelar nas aquarelas da vida e fazer história... Rochedos são inevitáveis, ventos brandos, águas tranquilas e paisagens amenas também. O Sol ainda sonha com a despedida sombria da tarde, quando nuvens carreagadas foram dissipadas pelo vento Norte. Vou até à janela, sem abri-la totalmente, me arrisco a olhar a rua. Imagino a aurora, daqui a pouco despontando na linha do horizonte e me fazendo lembrar do brilho do teu olhar. O Sol vai aparecer e derramar feixes de luz sobre as flores do jardim; vai aquecer as emoções e fazer escorrer em meu rosto algumas lágrimas, talvez sem explicação. Mais tarde chegará a chuva, banhará meus versos e me fará compor novas canções. Antes do entardecer um poema será embalado e entregue num abraço envolvente, onde apenas o vento será testemunha da felicidade sentida e da alegria que fará vibrar mais forte nossos corações. Rosas... ou mesmo em botões são sempre rosas, sempre bem vindas. Um deleite para o olhar, uma inspiração a mais... Bom dia!!! Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 23/09/2018
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