Homenagem ao poeta “ausente” (Ele veio ao mundo (naturalmente)
Assim como vem todos os mortais Apesar de não ser um ser"comum". O poeta, em matéria de palavra Nada fica a dever a homeme algum.) A escrivaninha do poeta Soltou um lamento, Ruiu a madeira... A agenda, o diário, a caneta Folhas avulsas cobertas de poeira. O poeta partiu discretamente Deixando sobre a pavimentação As lágrimas incontidas Reflexos das dores sentidas, E velhos sonhos alquebrados Pisoteados sob os pés daquela gente. O poeta sabe que sua ida é para sempre E parte levando consigo o poema Do sonho de eternamente. Um dia o poeta chorou Lamentou pelos sonhos Que não realizou; E pensou: como a vida é curta, injusta! Pelas ruas do centro e entre vielas O cortejo passou... Adultos acenavam, criançasperguntavam: Quem é o poeta que agora nos deixou? - É um ser incomum, a caminho do Pai, Recebeu alguns dons que lhe fazem "imortal". Ao olhar para o céu, estrelas rutilantes, Da terra a contemplar. Não há criatura que negue A imortalidade do poeta Que (hoje) compõe poemas e canções de amor Para os anjos que lá o aguardavam, Espalhando versos excedentes pelo ar! ********************************** isisdumont.prosaeverso.net Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 08/11/2016
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