Crianças sírias de origem curda matam a sede depois de cruzar a fronteira entre a Síria e a Turquia, fugindo ao avanço dos guerrilheiros do Estado Islâmico ...
Que Direi aos Meninos Desertados Um dia, haverei de atravessar a fronteira e aí estarei face à face com eles... Apesar da distância, já consigo imaginar e visualizar muitos (desses meninos) desacompanhados. Seus corpos cansados, “descaídos”, debilitados pela necessidade de pão e aconchego... Olho-os um por um e percebo suas vestes rotas, vários já de pés descalços, sem agasalho, de pele ressecada, cabeças expostas à chuva, sol e sereno. Ponho-me a contemplar (angustiada) seus olhos atemorizados, ora cheios de interrogações, ora a expressarem dor, amargura e desilusão frente a um cenário tão perigoso quanto incerto, que não desejamos para nenhum ser humano!
Que direi aos meninos desertados? Que seus pais falharam, deixando de ser seus protetores e heróis favoritos? Que seus familiares (diante da perda de seus genitores) foram omissos, abandonando-lhes ao descaso e aos maiores perigos na fuga ilegal? Que em seu país as autoridades não gostam de crianças e, por isso não existe uma legislação de proteção e defesa dos direitos de meninos e meninas? Que direi aos meninos desertados? Que o ódio, a intolerância religiosa, as paixões e ambições políticas, etc, etc, etc, são priorizadas em detrimento de vidas humanas? Que as guerras exterminam, matam abruptamente milhares e milhares de pessoas inocentes, mas em contrapartida deixam muitos lucros às indústrias bélicas e consequentemente governantes/dirigentes também "lucram" com isso?
*************************************** Ísis Dumont Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 07/11/2014
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