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 Talvez Fôssemos Amigos A vida bem que poderia ter nos apresentado antes... Mas o tempo, sábio e precavido como somente ele sabe ser, havia planejado aquele momento. Uma tarde quando o sol já declinava, sem mais nem menos, resolvi me libertar dos afazeres do cotidiano e deixei meus saltos junto à soleira do portão de saída. De short e blusinha transparente (o dia estava quente) saí para caminhar sozinha na praia, arriscando-me àquela hora... Meus cabelos soltos ao vento do entardecer, meu sorriso feliz brotava, me permitindo o direito de viver e de estar a sós comigo mesma, pelo menos naquela hora. Jamais imaginaria ser percebida por alguém. Entretanto, um "simples" passante, ao notar minha presença, caminhou a passos largos e, sem que eu o avistasse, comigo se emparelhou. Tinha no olhar a imagem de quem muito já sofreu. Mas ainda pude ver a expressão do amor e da ternura e naquele rosto a beleza estampada, como nunca vi igual. O sorriso anjelical e gestos de cavalheiro, logo me atraíram. Poucas palavras ali foram ouvidas em doces sussurros... Apenas o suficiente para uma breve (re) apresentação. Mas, "pera aí"... Como assim, uma breve "re apresentação"? Isso mesmo que você leu... Já nos conhecíamos desde antes de nos encontrarmos. Isso significa desde sempre! Ali, sem mais temores, decidimos esperar a noite, afinal eu estava protegida. Meu anjo chegara no momento ideal. Prosseguimos caminhando de mãos dadas sob o olhar invejoso da lua, rindo das loucuras dessa vida, rindo do amor... Corremos um pouco, nos apoiando um no outro. Nossas confidências e nossas risadas foram ouvidas pelas ondas que aquela hora se recolhiam para o seu devido repouso. Porque ali à beira mar tudo o mais era silêncio. A praia estava totalmente deserta. Nem mais tivemos tempo para falar de amor... Entendemos que, para descrever um amor tão grande... Só redesenhando o infinito. Precisa dizer mais? rs ************************************************* Ísis Dumont Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 16/10/2014
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