Dor
Para que viestes atormentar os minutos e as horas de um tempo que não quer passar?
O que há de errado nas noites, quando mesmo enluaradas não vejo vestígios de luz no telhado? Por que sombras entram sem pedir licença e perambulam pelos corredores, assustando a madrugada? Onde foi parar a calmaria que muitas vezes me fez adormecer em qualquer horário do dia?
Como entender certos momentos em que ouso acreditar que a infelicidade é uma regra no mundo? Por que demoras tanto para ir embora e quando vais, breve é teu retorno? Por que (respirar, pensar, agir) existir custa tão caro, quando é fácil perceber que, conflitos, lutas inglórias e dores fazem morrer antes do tempo, grande parte da existência? Por que me persegues, fazendo com que tantas vezes meu paladar "saboreie" o gosto amargo do fel? Até quando vais interferir no meu "eu", me levando a abandonar ainda que momentaneamente a vontade de viver? Como rasgar, destruir, extirpar essa nuvem espessa de angústia que me retira da vida e me leva a perambular a esmo no vazio? &&&&&&&&&&&&&&&&& Ísis
Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 01/05/2014
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