Uma família inusitada Orgulho e arrogância andam juntos, são inseparáveis. Em qualquer lugar são vistos de mãos dadas. Há quem acredite que são dois em um. Certo dia começaram a se preocupar com o excesso de trabalho, já não estavam mais conseguindo atender à demanda de forma satisfatória. A população mundial tem crescido bastante nas últimas décadas e as expectativas de vida também subiram de índice. Foi aí que decidiram gerar um filho, em poucos segundos veio a resposta: o “egoísmo”. O tempo foi passando e “egoísmo” começou a reclamar que estava se sentindo sozinho. Apesar de ser ainda uma criança tão pequena, era astucioso e muito bom de lábia, conseguiu convencer os pais de que realmente necessitava de um irmão ou irmã, alguém que lhe fizesse companhia, mas impôs uma condição: esse “alguém” deveria também pensar e agir de acordo com suas vontades. Apesar de toda dureza de coração, os pais decidiram ceder e geraram não apenas um, mas duas filhas: “inveja” e "ambição". O trio teve como madrinha a "insensatez". Não poderia haver escolha mais adequada. Para o casal a família a partir de então estava completa, não havia mais necessidade de dividir nada com ninguém. O que possuem pertence tão somente a eles. Quando “orgulho” reclamava por estar sozinho, eles nem sequer cogitaram adotar a tal companhia. Misturar-se com alguém “diferente”, nem pensar, por isso trataram logo de encomendar a nova produção, para não correr riscos de receber em sua toca escura e sombria (apenas visitada por ratos, morcegos e aranhas caranguejeiras) alguém com idéias divergentes. Isso poderia acarretar sérios transtornos, arruinar os planos diabólicos e a sintonia entre ambos. Eles preferem sossego e privacidade. Receber visitas não faz parte da rotina do casal e seus filhos. Visitas em casa dão despesas, bagunçam as coisas, segundo os pais, só trazem prejuízos e dor de cabeça. Dentro de mais uns dois anos "egoísmo", "inveja" e "ambição" precisarão sair para estudar. Os pais já andam sondando nas redondezas sobre qual escola é a mais apropriada para educar filhos de uma família tão reservada e tão “perfeita”. Aparentemente tentam se manter discretos, mas aos olhos das pessoas normais é altamente perceptível que eles estão sempre em “pé de guerra”. Nada que ameace seu patrimônio pode passar próximo à área onde está localizado a “choupana do nojo”, como é comumente conhecida pela vizinhança. “Egoísmo e as irmãs” estão se desenvolvendo em uma velocidade fora do comum. Ainda bastante jovens já atuam influenciando as mentes e corações das pessoas pré dispostas ou desavisadas, trabalho que para eles encontra terreno fértil nesses corações. Volta e meia pais e filhos contabilizam os lucros, envaidecidos chegam a comemorar a alta produtividade. Se dão muito bem nos negócios, tendo em vista que o mercado é amplo e a demanda é bastante grande. Os meninos representam a satisfação máxima para os pais. Nem deram trabalho nenhum, logo nos primeiros dias de vida aprenderam todas as lições que cabiam aos pais transmitir-lhes. Com essa “família da pesada” é preciso cuidado redobrado. Eles agem sem dó nem piedade dos demais. O fato é que encontram milhares ou milhões de portas abertas, assim fica muito fácil a ação de cada um. Milhares e milhões de pessoas são diuturnamente prejudicadas pela ação nociva desses elementos. Muitos e muitos já perderam oportunidades, bens valiosos, inclusive vidas de entes queridos ou suas próprias vidas. Milhares tiveram inclusive seus lares destruídos. O que as pessoas devem lembrar é que precisam todos os dias deixar a humildade, a solidariedade, o perdão, a tolerância e principalmente o amor agirem, para que esse “quinteto do mal” não encontre nenhuma fresta para entrar em suas vidas e assim retornem aborrecidos e de mãos vazias para a escuridão de onde jamais deveriam ter saído. ************************************ Ísis Dumont Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 21/04/2014
Alterado em 22/04/2014 Copyright © 2014. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |