Escrita dissecada Sou a fumaça das chaminés que adentra às gargantas da terra... Carrego o antigo hábito de caminhar nas veredas subcutâneas, bisbilhotando sonhos em construção... Desde menina tenho facilidade para memorizar, ando com uma enciclopédia ambulante, onde estão gravadas velhas e novas histórias, Nenhuma situação passa despercebida frente ao meu terceiro olho... Gosto de acariciar as flores, inclusive as rosas de todas as espécies e cores; são minhas favoritas. Não suporto ver consciências dormitando, ponho uma música agitada e logo elas vão cumprir seu papel nas periferias da estação. Descanso no seio da terra, Sacio minha sede nas tempestades do deserto E me alimento do néctar sobejado das abelhas mortas. Sou alma inquieta, viajante no tempo, cobrando dos sonhos a partilha da melhor parte da festa, enquanto assisto a dissecação da minha escrita. Nenhum dos caminhos percorridos merecem minha estadia... Muitos envelheceram aguardando respostas dos que não retornaram, tendo partirdo sem se despedir. Isis Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 13/11/2013
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