Dorme um verso De costas para a colina Dorme um verso,enquanto Aguarda a próxima estação, Ainda incompleto, Fragmento, Espécie remanescente Do último verão. Antes, desejava Ser recitado, Orgulhoso, Ria sozinho, só de pensar Em ser aplaudido pelas crianças e namorados, no sarau lá da praça, Hoje dorme igual recém nascido Após ser alimentado ao seio, Em noite de frio. Próximo ao mosteiro da colina, Dorme um verso, Embalado pelo som Gregoriano, O dia nasce Volta a morrer, A lua vem, majestosa, Cor de prata, Vigia o sono do verso. Estúpido! Cego! Não percebe a poesia incompleta, trazida no bico do beija flor, rondando à beira de sua cama! Isis Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 27/10/2013
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