Caríssimos/a e amados/as poetas e visitantes Recantistas, disse a vocês em alguns momentos, que minha infância foi vivida entre versos, poemas e canções. Canções e poemas impressos e uma vasta literatura de cordel foram minhas primeiras fontes de leitura e música. As canções com lindas melodias, eu aprendia todas, rapidamente! E adorava cantar, apesar de não ser cantora assim como foi meu pai, rs, de saudosa memória. Pois é, há alguns dias tenho pensado em trazer para vossa apreciação (dos que gostam) as canções ou apenas algumas estrofes das que consegui guardar no baú da minha memória. Nada guardei escrito, pois perdi meu pai, aos 11 anos, era nova demais para pensar nisso.
Vários autores/poetas eram companheiros de meu pai, e, frequentemente o acompanhavam quando ele vinha em casa, visto que a maioria do tempo estava viajando.
Grata pela atenção! Beijos carinhosos de uma boa tarde! Isis Retalhos (di) Versos e Canções Carta de Amor Meu amor, neste momento Fecho a cortina da sala, tiro a caneta do bolso, papel e tinta da mala pra responder tua carta por um coração que fala. São doze horas da noite ninguém aqui está me vendo, o grilo canta na telha a lua nasce tremendo o silêncio é testemunha do que estou te escrevendo. Partida saudosa Adeus queridinha, eu vou viajar, se Deus me ajudar, ainda volto aqui não posso te amar porque sou sijeito, mas levo no peito saudades de ti. Sabes que te amo verdadeiramente, mas esse amor da gente não pode durar, já estou sabendo que não me convém eu te querer bem sem poder te amar. (...) Não lembro o título (rs) (...)Ainda me lembro do sino da capelinha, quando tocava seis horas Ave Maria! E minha avó com seus cabelos branquinhos rezava o terço e a família respondia. (...) Eternos amantes Somos eternos amantes No amor somos iguais Deus fez a nossa união Somos felizes demais As estrelas lá do céu Iluminam nosso lar Assim como tu me amas Não deixarei de te amar Outros amores se acabam Como as flores de um jardim São diferentes do nosso Que o nosso amor não tem fim Já dei a aliança Símbolo da nossa união Retribuindo este prêmio Me deste teu coração. Vivemos um para o outro E nem um só para si O que eu quero para mim Também quero para ti Deus te fez para me amar Eu para te querer bem Meu coração para ti O teu para mim também O que Deus fez é assim Ninguém desfaz nem estraga O amor do coração É luz que não se apaga E se eu morrer primeiro Lembra dos carinhos meus Que eu te verei novamente No paraíso de DEUS. Francisco Galvão de Souza **** Poema de Amor Neste poema eu te oferto carinho, beijo e abraço, alma, vida e coração, que por ti eu tudo faço, passo sem tudo no mundo, mas sem teu amor não passo! Se eu pudesse te daria a riqueza do país, o céu bordado de estrelas nas manhãs primaveriz, duzentos anos de vida, uma existência feliz! (...) Canção do Lenço Minha vida é um romance De tristeza e de ilusão Parece que o destino Quis me fazer traição Minha esperança é perdida Quando contar minha vida Dói em qualquer coração. Já amei já fui amado Já vivi bem satisfeito Já gozei a mocidade Na vida tive conceito sem saber que a saudade Vinha morar no meu peito. Uma noite de Santo Antônio Eu fui dançar no salão Lá eu vi uma garota De uma linda feição lhe convidei pra dançar senti o amor entrar Dentro do meu coração. Eu perguntei a menina Se era comprometida Ela aí me respondeu Nunca amei nem fui querida Conservamos essa amizade que vem trazendo saudade Pro resto da minha vida. Já se passava seis meses Dessa amizade da gente Mas o destino não quis que nosso amor fosse a frente Veio a morte enfurecida Carregou minha querida Que eu amava loucamente. Um dia eu fui avisado que a menina adoeceu Fui urgente a casa dela Saber o que aconteceu Nessa hora de aflição Tava com um lenço na mão Pegou o lenço e me deu. Me disse desenganada Pra meu mal não há mais cura Vou morar no cemitério Vou viver na sepultura Se despediu de seus pais Dando adeus pra nunca mais Nessa hora de amargura. Comigo guardei o lenço Que recebi das mãos dela Roxo da cor da saudade, bordado em letra amarela Perdi toda esperança Hoje só resta a lembrança Do amor que eu tinha a ela. Um N um A e um D as letras do nome seu Nunca mais tive alegria, depois que ela morreu Quando eu de magoa chorava O meu pranto enxugava No lenço que ela me deu. **** Atualmente, cantada por Alcymar Monteiro, percebi várias alterações na letra, no entanto essa é a original. Não recordo o autor (da Canção do Lenço). Flor do mocambo Dedico a você que está me ouvindo E talvez sentindo saudades também Ô Flor do Mocambo vestida de luto Herança do fruto dos beijos de alguém Foi de madrugada, quando eu lhe beijei Parti e chorei, vendo a imagem sua Sou triste e boêmio sem felicidade Cantando saudade, aos raios da lua Você flor divina, tão simples e tão bela Ô flor amarela, do meu pé de jambo Sou triste poeta, cativo mais amo Por isso lhe chamo de Flor do Mocambo Não tenho riqueza para lhe ofertar Navio nem mar, nem Copacabana Só tenho a viola a vida e mulambo Ô Flor do Mocambo, da minha choupana Lhe dou as estrelas, a lua a cascata O campo e a mata, o riso e o pranto Estrela cadente luz de vagalume Venha dá perfume, aos versos que conto Lhe dou peixinho, que morre na areia A voz da sereia, que canta escondida Eu só quero apenas que os dias seus Se unam aos meus, nos dramas da vida Odeio o guerreiro, da vil raça humana O homem que engana ao sei Criador Pois morro brigando no céu e na terra E até faço guerra, pra ter seu amor Olhando a inocência, que tem no seu riso Eu fico indeciso, sem saber o que faça Você é poema da felicidade Plantando saudade, na alma da raça Quando a mocidade, voar for embora Olhando a aurora, sem saber porque Aí chorarei já quase no fim Com pena de mim, pensando em você Termino o poema, olhando pra lua Linda deusa nua, que sente ciúme Ô flor do mocambo dos meus desenganos No passar dos anos não perca o perfume. Autor: Apolônio Cardoso (poeta) Aparecida Ramos e Poetas (repentistas) diversos
Enviado por Aparecida Ramos em 30/05/2013
Alterado em 30/05/2013 Copyright © 2013. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |