MEDO
Bebo a taça de fel sem sabor amargo, Sorvo o mel (abundante) sem doçura, No nebuloso breu da noite visualizo, nitidamente a fronteira, Na claridade, tudo está imerso na escuridão, Sobre espinhos e pedregulhos caminho de pés descalços, sem sentir dor alguma... Andando sobre a relva sinto espinhos a furar-me os pés, ainda estando calçada... No calor, estou a precisar de agasalho, Enquanto sob frio, preciso usar pouca roupa... Estou sozinha, mesmo acompanhada E sem companhia, sinto a presença de alguém... Não consigo mais raciocinar direito, Nem sei mais fazer oração, Meus pensamentos estão confusos... Minha audição está pela metade, E minha visão, às vezes embassada, Meu olfato não sente odor nenhum, Minha pele perdeu, literalmente a sensibilidade; Meu coração bate descompassado, Minhas mãos estão trêmulas, Respiração ofegante; Uma sensação horrível sonda m'alma... Por que vivo isso? Sinto medo! É algo muito estranho! Preciso de ajuda... Isis Dumont Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 18/03/2013
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