Poema Sem Palavras Nessa tarde, depois de idas e vindas, Mente cansada, após ver e rever tantas pessoas, não havia mais inspiração... Talvez até conseguisse, se ousasse forçar o pensamento, mas essa não era a ideia no momento. Minhas palavras ficaram perdidas no caminho, dispersas, foram removidas pela vassoura do garí, logo ali, junto ao semáforo em um trânsito cada vez mais caótico. Minhas palavras foram esgotadas nas visitas do Condomínio, nos Apês, no morro ou na entrada da favela que fica ao lado. Outras resistiram, coitadas, escaparam por um triz... Mas foram levadas por um redemoinho que varreu a praça da Matriz. Sozinha, no fim daquela tarde, a mim restou apreciar as flores no jardim, detalhes da natureza, onde poucas pessoas param para admirar tanta beleza! Embevecido estava o meu olhar, sem se dá conta de quem estava por mim a passar. Fiquei mais de uma hora a apreciar. Estava em paz, mas meu repertório nunca estivera tão vazio... Não havendo mais nada para fazer antes de anoitecer, estranhamente e, pela primeira vez, ousei compor um "Poema Sem Palavras". Isis Dumont Rio de Janeiro, fevereiro/2013 Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 05/03/2013
Alterado em 05/03/2013 Copyright © 2013. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |