Quem é Ela??? Meia noite, estou sem sono, Sentada na poltrona... Acalento o doce sonho De viver num mundo de paz... Onde a paz que vivencio não Seja apenas minha... Fecho os olhos por um instante, Penso em Deus! Minha sensação (de paz) dura pouco. Me questiono: Onde Ele é mais "urgente" a esta hora?... Meu coração pressente algo, A resposta não demora! Escuto um grito, um chamado, um brado! Um pedido de socorro, desesperado!!! Na sequência ouço estampidos... Tiros... tiros e mais e mais tiros!!! Escuto choro abafado... Em seguida, gritos angustiados! Lamento desesperado!!! Mãe é isso, um sofrer constante, Coração em desperdiço. Ver o filho agonizante!!! Sem ter para quem apelar. Sua dor?... Ninguém vai remediar!!! Porque remédio não há mais!!! Mas... quem é ela??? É Maria, faxineira, mãe do flanelinha É Lúcia, professora, mãe do balconista É Ester, empresária, mãe da nutricionista É Vânia, psicóloga, mãe do universitário É, Marlene, manicure, mãe do "viciado" É Beatriz, defensora, mãe do bacharel É Sueli, cozinheira, mãe da estudante É Estela, dona de casa, mãe do policial É Márcia, gerente, mãe do dançarino É Dolores, taxista, mãe da recepcionista É Soraia, doméstica, mãe do jardineiro É Luzia, odontóloga, mãe do jornalista É Márcia, catadora, mãe do artista de circo.... *********************************************
A sequência (de nomes) não cabe no poema nem em nenhuma página, porque é infinita, abrange todas as cores, todas as classes. E ninguém está "imune". A violência não exclui nível, classe social, raça etc.
Choro, lamento, gritos, dores, desespero, viraram rotina, "parece" que fazem parte, naturalmente do cotidiano das paisagens das grandes e médias cidades, principalmente. Essa é a impressão que fica, das cenas de violência que na maioria das vezes acaba em mortes, e mortes de pessoas inocentes. De tão repetitivas, podem parecer "normais" e isso é muito sério, é gravíssimo!!! As nossas vistas e a nossa mente, ainda que estejam cansadas de tanto olhar precisam "ver" e se indignar!!! Jamais devemos aceitar essa Violência absurda, com olhar de indiferença ou "naturalidade"!!! Não sabemos se amanhã ou depois somos nós os próximos a lamentar, a prantear a perda de entes queridos, filhos, parentes ou amigos... Qual homem tem poder de restituir a vida??? Qual ser humano, por mais "gênio" que seja é capaz de criar, de dar vida, sequer um grão de mostarda ou o menor dos seres vivos??? A vida do próximo não é propriedade particular de ninguém!!! A vida-é dom gratuito de Deus (para os que acreditam)!!! Portanto, NINGUÉM TEM O DIREITO DE ROUBÁ-LA DOS SEUS SEMELHANTES!!!!!!!! PS.: Sou, igualmente solidária à dor, à revolta e ao desespero dos pais, mas quis aqui representar apenas as mães, porque a dor delas é ímpar, sem igual, não tem comparação. É dor que se leva para a eternidade!!! Sou mãe e avó, por isso, carrego comigo a dor de todas as mães do Brasil e do mundo. Quisera (sei que seria pretensão demais) ter o poder de fazer "algo" além de minhas lágrimas e orações, que amenizasse um pouquinho tamanho sofrimento!!! O que esperar da legislação, da justiça de um país, cujas autoridades "responsáveis" viram as costas, ignoram, são insensíveis e omissas, mesmo assistindo ao "banho de sangue" que resulta da violência nas ruas, bares, clubes, universidades, favelas, condomínios, becos e guetos de nossas cidades??? Isis Dumont Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 04/01/2013
Alterado em 04/01/2013 Copyright © 2013. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |