Da Janela do Apartamento
Acordo cedo, quando os primeiros raios de sol batem, sorrateiramente no vidro da janela. Depois de uma breve oração e alguns exercícios (de alongamento), me ponho a admirar a imponência da cidade grande. Aproveito para fazer algumas imagens que levarei a mais como lembrança desse passeio inesquecível. Muitos questionamentos me vem à mente quando meu pensamento decide fotografar cenas do dia a dia na capital. Habitantes de todas as classes e idades, na correria para o trabalho, na busca pela solução de inúmeros problemas do cotidiano... Ah! E os que nem trabalho tem?... E aqueles que para viver honestamente, encontram no instinto e no espírito de sobrevivência a alternativa para sobreviver? É aí que entra em cena a criatividade, onde "cada um se vira como pode". O borburinho do trânsito, das ruas não incomodam. Do andar onde estou (no Condomínio) sou envolvida, embalada, acariciada pelas mãos do silêncio além do canto dos pássaros que povoam as árvores do local. Os ruídos redundantes, irritantes, enjoativos, estressantes ficam um pouco mais adiante. Meu sono nessas noites por aqui tem sido tranquilo e bastante reparador. Volta e meia me vem às lembranças de minha casa lá na cidadezinha do interior, com apenas 3500 habitantes na zona urbana, mas... diga-se de passagem uma rua muito barulhenta. Um lugar de “festas”, onde toda atração, todo tipo de som tem que “obrigatoriamente” passar ou se instalar por ali. Qualquer um que chega, logo se acha dono da rua. Qualquer dia desses será eu quem irá mudar de lugar. Já avisei em casa... Partirei para um ambiente mais tranquilo, onde somente o vento nas folhagens e o canto dos passarinhos possam me acompanhar. Ficou com inveja?... "Tá" precisando igual a mim, repousar num lugar assim? Por você eu abro uma exceção. Quer ir comigo?... Então vem, poeta! Mas... é melhor pensar antes. Não gosto de “tagarelice”. Se você não for muito “falante” ou pelo menos souber “programar” o momento e o assunto para falar, quem sabe nossos temperamentos sejam compatíveis ou você seja minha companhia ideal, pelo menos por alguns dias. Basta saber respeitar meus momentos de “introspecção” onde me recolho de mim mesma e não quero ouvir nenhuma palavra, principalmente de gente que fala o que não gosto ou não desejo ouvir. Se ainda assim aceitares, confirma, quando arrumar a mala farei contato. Também não sou séria o tempo todo. Até me permito, às vezes jogar conversa fora, falar de trivialidades rsrs. Não esqueça, precisa estar de férias e no início, não teremos data prevista para retornar com brevidade. E você não vai me deixar sozinha depois de ter-me acompanhado, vai? Certamente, um lugar agradável e bem tranquilo nos aguarda. E quando resolvermos voltar, de lá sairemos refeitos interiormente, com a alma feliz e muito mais inspirados. Ah! Lembrei de algo importante! Se decidir me acompanhar, verifique suas configurações e certifique-se de que não está agindo acordado. Isis Dumont Fortaleza/CE, em 21/11/2012. Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 24/11/2012
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