“Pérolas” da Lya (texto curto)
“Escrevendo sobre amor não posso falar apenas de mulheres submissas.
Conheço maridos tão controlados pela parceira que não sobra espaço para novas amizades, nem para simples troca de idéias ou estímulos – ainda mais se for com mulher. Numa casa que freqüentei em mocinha, o marido e os filhos homens ao chegar na porta de entrada precisavam tirar os sapatos : havia chinelos à espera dos pobres. “Não entrem na minha casa com seus sapatos sujos!”, esbravejava o general de saias, que comandava, mais que uma casa, uma jaula. A personalidade esmagada sonha com uma saída. Eventualmente, se ela aparece e é mais atraente, ocorre uma ruptura sob o infalível comentário de quem está de fora: “Mas, como? Pareciam se dar tão bem!” Aqui vai um PS: a atração fora do laço de uma união que se tornou mortal não precisa ser “outra pessoa”, mas uma oportunidade de crescer, de viajar, de estudar, de sair do emprego, de travar nova amizade. Poder ser alegre, poder respirar. Poder confiar. Não se sentir fiscalizado ou ignorado. Mas a gente pode optar por deixar tudo como está: é assim. Às vezes realmente não há maneira de escapar. Nesse caso, se aquele anjo da sombra ou da luz batesse à porta, não saberíamos dar nem ao menos uma boa razão, só nossa, para que ele não nos levasse, encerrando algo que na verdade já estava cancelado.” Por: Lya Luft (Uma das minhas Escritoras favoritas, daí porque “chamo” de “pérolas” as palavras de suas obras. Eu amo ler e refletir seus Textos inteligentes, criativos, sensíveis e de uma maturidade notabilíssima.) Isis Dumont Aparecida Ramos e Lya Luft
Enviado por Aparecida Ramos em 16/10/2012
Alterado em 16/10/2012 Copyright © 2012. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |