MORRE HEBE CAMARGO - Aos 83 anos
A apresentadora Hebe Camargo morreu em São Paulo, neste sábado (29), aos 83 anos. Ela lutava contra o câncer desde 2010 e morreu, segundo a assessoria do SBT, após sofrer uma parada cardíaca, ao se deitar para dormir, nesta madrugada. O velório começa nesta noite no Palácio dos Bandeirantes, sede do governo do Estado de São Paulo, no Morumbi. Inicialmente, o velório estava marcado para às 18h – o carro funerário chegou à casa da apresentadora por volta das 16h15 e deixou a residência perto das 19h. Já o sepultamento está marcado para as 9h30 deste domingo (30), no cemitério Gethsemani, afirmam funcionários do local e o governo do Estado de São Paulo.Hebe é um dos maiores ícones da televisão brasileira e ficou internada pela última vez por quase duas semanas em agosto. Nos últimos dois anos passou por cirurgias e tratamentos contra o câncer. A morte da diva causa repercussão entre artistas e políticos brasileiros nesta tarde.A presidente Dilma Rousseff divulgou nota oficial em que se refere a Hebe como “minha querida amiga” e diz que ela foi “uma das mais importantes personalidades da televisão brasileira.” BIOGRAFIA“Que gracinha!” – este é o bordão nacional criado por Hebe Camargo, a apresentadora que mais tempo está no ar desde que a TV brasileira existe (desde 1966). Ela integrava o grupo que foi ao porto de Santos buscar o equipamento para formar a primeira emissora brasileira, a TV Tupi, canal 4, inaugurada em 1950. Seu fundador, o empresário Assis Chateaubriand, a convidou para cantar o “Hino da Televisão”, na primeira transmissão ao vivo. Ela faltou e foi substituída por Lolita Rodrigues. As duas são amigas até hoje. A garota originalmente morena com grossas sobrancelhas – tipo Malu Mader – nasceu em Taubaté, mas mudou-se para São Paulo nos anos 1940, quando seus pais, dona Ester e o senhor Sigesfredo Monteiro de Camargo (apelidado de “seu Feguinho”) foram para a metrópole. A mãe era dona de casa e o pai foi violinista de cinema mudo. Hebe queria ser cantora, mas trabalhou como doméstica e sempre ia a emissoras de rádio imitar Carmem Miranda. Assim foi ficando conhecida no meio, até que resolveu arriscar de vez e formou uma dupla com sua irmã: eram Rosalinda e Florisbela. O arranjo durou pouco tempo. Depois, veio um quarteto, ela, a irmã e duas primas. Todas foram casando e o quarteto foi por água abaixo. Hebe continuou firme na tentativa de se tornar cantora e se envolveu com a turma que engendrou a primeira emissora de TV no Brasil. No rádio já era a Estrelinha do Samba, a Estrela de São Paulo, e na TV Tupi, canal 4, apresentou-se num dueto com Ivon Curi, no programa “Rancho Alegre” (1950). Ela aparece sentada em um balanço e as imagens estão gravadas. É uma relíquia da TV brasileira. Fez participações esporádicas até conseguir seu próprio programa, em 1958, chamado “O Mundo É das Mulheres”, apresentado no canal 5, TV Paulista (hoje, Globo). Já se colocava como entrevistadora em um programa de variedades. Foi um sucesso. Hebe ficou no ar até 1964, quando abandonou a TV para se casar com o empresário Décio Capuano. Desta união nasceu seu filho Marcello (20.09.1965). Mas a distância da TV não durou muito. Em 1966, Hebe estreou o programa dominical que levava seu nome, “Hebe Camargo”, na TV Record, canal 7. Foi sua consagração como apresentadora e o formato, entrevistas feitas em seu sofá, como uma sala em casa, ficou consolidado para sempre. A trilha sonora ficava por conta de Caçulinha e seu Regional. Ela entrevistava todo mundo: pelo seu sofá passaram Martinha, Erasmo Carlos, Tony Tornado, Danuza Leão, Elis Regina, Roberto Carlos e astros internacionais, como Jonathan Harris (o doutor Smith, de Perdidos no Espaço), Sammy Davis, Jr, Julio Iglesias, Enrique Iglesias, Shakira, Gloria Estefan. Até em Pe Lanza, da banda Restart, ela recentemente deu um selinho. Além das entrevistas, Hebe promoveu em seus primeiros tempos na TV debates sobre temas como desquite, erotismo, fofoca, macumba. Seu programa teve nomes variados e frequentou todas as emissoras do país, da extinta TV Tupi, canal 4, à TV Bandeirantes, canal 13. Atualmente, é exibido semanalmente no SBT, onde está desde 1986. Em 22 de abril de 2006, comemorou seu milésimo programa na TV brasileira. No SBT, seu programa é exibido às segundas, 21h. Em 1995, a gravadora EMI lançou um CD com os sucessos de Hebe como cantora. Recentemente, após submeter-se a tratamento quimioterápico para recuperação de câncer, ela anunciou a gravação de um DVD com participação de Fábio Jr., Leonardo, Daniel, Chitãozinho e Xororó, Bruno e Marrone, Maria Rita e Gilberto Gil. Além das imagens do show, será lançado um CD com participação de personalidades como Roberto Carlos e Ivan Lins. Hebe Camargo já foi alvo de muitas críticas feitas pela intelligentzia guardiã da cultura nacional nos tempos do regime militar. Afinal, em meio à polarização que existia no país entre partidários das chamadas “direita” e “esquerda”, só se falava naquela loira estabanada e considerada inculta, diante da qual se sentaram grandes personalidades nacionais e internacionais para debater temas controversos: além das entrevistas, Hebe promovia debates sobre erotismo, fofoca, macumba, entre outros tantos assuntos considerados sem pé nem cabeça. Mas hoje, em tempos menos radicais, Hebe tornou-se unanimidade nacional. Provocou comoção na população quando foi internada, em janeiro de 2010, para tratar um câncer na região abdominal, Hebe saiu dias depois do Hospital Albert Einstein direto para os braços da multidão que a esperava do lado de fora. Deu entrevista exclusiva sobre o assunto para o “Fantástico”, da TV Globo, rival do SBT. Afinal, Hebe Camargo representa a TV brasileira, e é personalidade maior que qualquer disputa entre emissoras. Da: Net "Mais do que um ícone da televisão brasileira, Hebe não era só uma artista de renome, mas uma alma feliz." Isis Dumont Da: Internet
Enviado por Aparecida Ramos em 30/09/2012
Alterado em 30/09/2012 Copyright © 2012. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |