Festa Caipira e casamento no Nordeste e no Sul
Vem chegando o São João,
Vai tê festa lá na vila.
No "Arraiá Vai-Quem-"Qué"
Tem festivá de quadrilha.
As moças da região
Estão se movimentando.
Mandaram fazê os vestidos.
E ao povo estão cunvidando.
os rapazes por outro lado,
Cada quá mais "arroxado",
Os ensaios estão perparando.
As muleres da região
Já tem com que se ocupar.
Vão caprichá na comida,
Para agradá ao paladá.
Tem pamonha e tem canjica,
Milho assado e cozido
Pra "nêgo" se empaziná.
Tem bolo pé-de-moleque,
Arroz doce e tapioca...
Tem bolinho de fubá,
Tem quentão e tem paçoca.
O povo brinca animado.
Como é bom São João na roça!
Hoje vai ter casamento.
Os noivos estão animados.
Janota é a "noiva" mais bela
Escolhida no povoado.
Na boca só tem dois dentes,
Mas o "noivo" Zé Vicente
Por ela está "arriado"!
Zé do Fole é convidado,
Junto com seus companheiros.
Joãozinho de Maricota
É o melhor zabumbeiro.
Vem o padre Zeferino
Para selar o destino
Dos noivos, que,de meninos,
Já eram bons forrozeiros.
Zabé de Tonho Pintado
É a melhor rezadeira.
Chega pra "fazê" a novena.
Chama as outras companheiras.
O terreiro está lotado.
Os casais de namorados
Se esquentam junto à fogueira.
Depois de rezar para os "santos",
Começa a animação...
Os casais entram na roda.
O "marcador" entra em ação.
Começa a grande quadrilha,
Dançam as mães e dançam as filhas.
De todos chamam a atenção.
As crianças soltam fogos:
Estrelinhas e rojão,
"Beijo-de-moça" e bombinhas,
Buscapé é tradição...
Os adultos atordoados,
Correm pra todos os lados,
Mas não perdem a diversão!
No final do festival,
Vem o padre pra celebrar
O casamento tão "falado",
E mais "famoso" do lugá.
Janota com sua "pança",
Com vergonha da vizinhança
Porque "embuchou" antes de casá.
Depois que acaba a cerimônia,
Os noivos caem na brincadeira.
O arrasta pé se esquenta,
Dura pela noite inteira.
Ninguém fica sem dançá.
A quadrilha no Arraiá
É festança de primeira.
Lá, pelas tantas da madrugada
A comilança é geral.
A bebedeira prossegue.
Nestas festas isso é "normal".
Até o padre aproveitou...
Bebeu tanto que dormiu.
Nem viu quando o sol saiu
Nem quando a festa acabou!
Obrigada cumpádi Christiano
Que aceitô a duetá cumigo.
Isis Dumont
AGORA VÓIS MICÊIS VÃO LÊ, NÉ
UM TAR DE PUÊMA CAIPIRA, NÉ. AÍ VAI A PUIZIA, NÉ. MUNTO BUNITA, NÉ.
Na festa de Sun Juão Nóis si divérte pra daná Dançando i sialegrando No meio do arriá Pinhão ibatata doce Nóis come di simpanturrá.
Numa festança dessa Pra vóis micêis ieu vô contá Um cabocrinho i uma cabocrinha Rodopiáro inté o sór raiá Foi lindo de morrê Êlis num quiría mais pará.
I si divirtÍro munto, mas munto memo! Nesse dia de sãun Juão Cumêro i bebêro à vontade Pipoca cum quentão I os dois gritáro bem árto Dizendo que tava bão.
No casamento dus caipira Nóis deu munta risada A prigúnta do vigário Fôro por demais ingraçado O casarzinho filíz Que tava nem priocupado.
Ele priguntô si ela fazia gosto Im cazá caquele pião A resposta foi simprinha Qui era du curação O noivo tudo tremendo Da noivinha segurô a mão.
Antis di terminá I o padre dizê amém Dissi qui si a mãe quiria Ela quiria tamém E... pidiu pro noivinho: Dá um bijinho... o quê que tem?
Barbaidáde que festa animada! As nossa cumádri puetiza Qui sãun muié de munto incanto Aus puéta dete ispaço Iscrevim puezia tudo qui canto. (Christiano Nunes)
Por cuncedê a honra de duetá
Aparecida Ramos e Christiano Nunes
Enviado por Aparecida Ramos em 05/07/2012
Alterado em 05/07/2012 Copyright © 2012. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |