Aparecida Ramos - Prosa e Verso
Palavras que a alma e o coração não calam.
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ASSÉDIO MORAL

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Os castelos, as fortalezas, as cidadelas e até as igrejas, antigamente, eram construídos em lugares fáceis para a defesa.

Para conquistar o castelo, o inimigo deveria cercá-lo de todos os lados e tentar penetrar em seu interior. Envenenava a água e usava os recursos mais modernos da engenharia bélica para pegar de surpresa os que estavam dentro, massacrá-los e apossar-se do castelo. Era o assédio.
Ainda hoje existe esse tipo de guerra.
Não para expugnar castelos, mas para destruir pessoas.
Usa-se esse tipo de guerra (pode-se ler perseguição) para afstar pessoas de cargos importantes, para humilhá-las ou mesmo destruí-las na profissão, na vida, na fama, na moral e na dignidade. É o assédio moral.
Sempre é provocado por uma pessoa frustrada ou por uma pessoa carregada de fortes doses de perversidade, que fazem brotar a inveja. Que é uma força negativa e capaz de abafar, anular e destruir pessoas.
Esta realidade existe nas fábricas, nas universidades, nas casas comerciais, religiosas e em todo lugar onde há grupos de pessoas que convivem por causa do trabalho ou do mesmo ideal.
Em qualquer grupo há quem se destaca na atividade, na arte, na dedicação, no exercício da profissão e por isso são mais procurados, mais consultados e mais estimados.

Inteligências belíssimas, homens integralmente dedicados a causas nobres, que produzem e fazem progredir a Nação na harmonia, na paz e na consecução do bem comum. Por causa disso sua projeção aumenta.

Infelizmente, ao lado dessas, há quem não consegue passar da mediocridade. Na profissão e na vida. Carregados de inveja e de ciúme, não admitem que nenhum de seus colegas o superem. Em nada.

Não toleram que ninguém saiba mais do que eles.
Não admitem que alguém produza mais e melhor do que eles. Nunca podem aceitar que alguns de seus colegas sejam masi estimados do que eles.
Nunca poderão engolir o fato de que alguém seja mais procurado e mais amado do que eles. E partem para o assédio. Assédio moral. Que ataca a parte mais "sacral" do homem. Sua honra e sua dignidade. Inventam calúnias, mentiras e recorrem a todo tipo de engano, até aos superiores imediatos, para denegri-los e poder afastá-los do cargo, derrubá-los e massacrá-los até o fim.

O assédio moral é uma guerra fria. Subdolosa e traiçoeira. É uma agressão violenta que fere a alma e a faz sangrar.
Atinge a fama, a inteligência, a capacidade de trabalhar, a idoneidade, a competência e a honestidade.
O assédio moral é algo de estudado, refletido e premeditado.
Por esse motivo encerra uma altíssima dose de maldade e perversidade.
O comportamento tático é o seguinte: a vítima é ignorada, deixada de lado. Não é cumprimentada. Tiram-lhe a palavra e ainda a isolam no próprio ambiente, como se não existisse. Cria-se um clima frio, pesado, cruel e de desprezo. A tal ponto que a vida da vítima e de todos se torna um suplício.

O "nosso" cerca a vida do assediado de tal maneira que é capaz de seguir seus passos. Quer saber com quem e o que falou.
É capaz de instalar aparelhos sofisticadíssimos para escutar as conversas à distância e conhecer seus projetos ou para saber se alguém suspeita das suas futricagens. Todo mundo percebe que estamos diante de uma personalidade doente... Mas, por que então os superiores não o afastam?
Quando esse tipo de gente é colocado para chefiar departamentos ou repartições, sente-se dono de tudo e de todos. Em vez de servir, como é dever, escraviza as pessoas. Mesmo que tenha algum diploma, quando chega a chefiar um departamento, lá se instala como se fosse um pequeno "deus".

Todos devem obedecer cegamente. Servi-lo. E, sobretudo, ninguém pode discordar dele, pois do contrário seria o fim.
Para manter-se no poder é capaz de manipular documentos, pessoas e tramar qualquer patifaria contra os que podem servir de tropeço para suas ambições.
Quando orienta alguém para o mestrado ou doutorado, esse deve se sujeitar a tudo. Sacrificando até a sua honestidade, sua moral e dignidade.
Do contrário, será recusado até mesmo estando na metade do curso.
É esse tipo de assédio que semeia muitos cadáveres no caminho do saber, da cultura, do magistério e da política. É desses ambientes carregados de baixezas e frustrações, que saem os futuros profissionais!
O assédio moral é uma praga que se ramificou em todos os níveis da sociedade. Pessoas inteligentíssimas, honestas, capazes e que produzem para o bem da sociedade são arrancadas de seus trabalhos e enviadas para limpar privadas das repartições. Simplesmente por capricho do pequeno chefe que quer fazer prevalecer sua incapacidade e abafar a competência dos colegas.
Que pena! Sobretudo porque esses sujeitos são amparados solidamente pelos superiores imediatos. A troco de quê???

Por: Frei Battistini
Fr. Battistini
Enviado por Aparecida Ramos em 10/05/2012
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