Aparecida Ramos - Prosa e Verso
Palavras que a alma e o coração não calam.
Capa Meu Diário Textos Áudios E-books Fotos Perfil Livros à Venda Prêmios Livro de Visitas Contato Links
Textos
APENAS UMA TAÇA  

lqes_empauta_novidades_878_taca_vinho.jpg
A música instrumental, suave que ouvia naquela manhã, remetia às mais belas e inesquecíveis lembranças do primeiro encontro. Seus pensamentos viajam até o porto, local onde conhecera o seu primeiro e grande amor, aquele que a vida escolhera e lhe apresentara para viver um grande conto de fadas (real) desses, hoje em dia, um tanto raros ou quase impossíveis, que perduram para a vida inteira. Olavo, o príncipe encantado era um belo tipo, tinha pinta de galã de cinema, além de uma educação refinada, era companheiro, gentil, amoroso e apaixonado. Júlia havia ido com uma prima conhecer o porto naquele sábado de primavera, onde seu olhar fora fulminado por um belo par de olhos azuis. Paixão avassaladora que com o passar do tempo transformou-se num belo e sólido amor. Recorda a lua de mel, a cama ainda arrumada, a lingérie vermelha sobre o criado mudo a aguardava para o momento mais sublime daquela noite de núpcias. Distraída, solta um doce e profundo suspiro... Nesse momento seus pensamentos são interrompidos por Olavo que lhe anuncia, acabara de preparar o banho de sais, a banheira estava cheia e prometia o melhor relaxamento a dois já experimentado por alguém... júlia se despe delicadamente, entra para o banho. Olavo se afasta para ir até a cozinha pegar duas taças de vinho. Sozinha, Júlia libera novamente  os pensamentos e sonhos de jovem mulher, amante e apaixonada. Volta o olhar para a primeira noite de amor, recorda a timidez, seu medo constante de se entregar aquele homem, presente em sua vida há apenas seis meses. lembra do quanto ele fora gentil, amigo e compreensivo com sua timidez e inquietações momentâneas. De repente... Júlia se apercebe de uma intuição negativa e se dar conta de quanto tempo faz que seu amado se ausentou daquele local. Sai da banheira correndo. Seus pés descalços e molhados a fazem perder o equilíbrio, escorrega e cai na sala. Com dificuldades, ainda aturdida pelo impacto do tombo, levanta para ir até a cozinha. O percurso parece infinito. Chama em voz alta por Olavo, mas ele não responde, aumentando ainda mais a sua aflição. Ao chegar à cozinha, Júlia, tem diante de si a maior surpresa. Olavo, o primeiro e único amor, seu corpo atlético, lindo, apenas de cueca, está ali, inerte, estendido no chão, sem vida, segurando ainda, apenas uma taça de vinho.
 
Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 06/02/2012
Alterado em 11/04/2018
Copyright © 2012. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários