"ESCREVEDORA" DE CARTAS
Menina-moça adolescente, das moças
de minha idade e das moças mais velhas, de mulheres casadas ou amadas amantes, Confidente! Sabia de cor todos os segredos... Guardava à sete chaves a medida, a cor e o peso de cada paixão, de cada (des) ilusão ou traição! Formulei, incontáveis vezes, frases, períodos simples e compostos nas (também incontáveis) cartas que escrevi! Redigia-as "tão bem" como se o namorado, noivo, marido ou amante fosse "meu"! Cartas iam, e vinham para que eu lesse a resposta e traduzisse, "trocasse em miúdos" aquelas "caligrafias" complicadas para não dizer horríveis! Quantas declarações de amor verdadeiro! E, quanto amor traiçoeiro!... Como era diferente o namoro naqueles tempos! As pequenas brigas, discussões, os rompimentos, os apelos "desesperadores" para que o amado voltasse logo, tudo isso fazia parte do conteúdo das benditas cartas de amor! E os presentes?... ah, os presentes, geralmente pelo natal ou nas festas juninas chegavam, pessoalmente pelas mãos de algum amigo que, se antecipava e vinha de férias. As declarações, os fardos de saudades, os beijos, os abraços, os amassos e... as lágrimas iam e vinham tudo pelos correios!... E, nem haviam inventado o sedex!!!
Isis Dumont
31/10/2011, às 21:14h Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 30/10/2011
Alterado em 31/10/2011 Copyright © 2011. Todos os direitos reservados. Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor. |