Infância de versos À noite quando estava em casa Meu pai tocava sua viola, Cantava e fazia versos como ninguém. Minha mãe ficava sentada costurando, Meus irmãos pequenos dormiam. Eu, embevecida no meu canto Lia e relia as histórias de minha "Cartilha Maravilhosa" De Theobaldo Miranda Santos: "O Gato de botas, O Marquês de Carabás, A Bela e a Fera, As poesias de "João e Maria"... Diuturnamente, eu me deliciava Com dezenas de canções, poemas e Folhetos de cordel Que meu pai trazia em sua mala de viagem: Eram histórias de "fadas bondosas, bruxas malvadas, Princesas e príncipes encantados, Amores impossíveis, traições, vinganças, Injustiças, paixões arrebatadoras , Cangaceiros temíveis, problemas sociais Histórias do diabo e, a religiosidade, entre outras". Na sala, meu pai afinava sua viola E organizava em um caderno Todas as datas em que tinha compromissos Que ele chamava de "trato", Onde era esperado para cantar suas poesias! E eu no verdor dos meus 7 anos Era pequena demais para entender Por que nós não tínhamos um pai Mais presente e, sendo poeta Que fizesse rimas e cantasse versos Só para nós! (Texto composto em 1974) Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 28/09/2011
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