Aparecida Ramos - Prosa e Verso
Palavras que a alma e o coração não calam.
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Textos
 
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Como Vivo o Presente
 
Vivo o momento presente como quem calcula cada passo, mede as distâncias e visualiza uma luz além do horizonte... Não falo do horizonte que vemos diariamente ao abrirmos a janela de nosso quarto, mas do espaço que pode e deve ser buscado. Lutar para transformar é preciso. Construo novas perspectivas. Vislumbro um amanhã de projetos realizados e a se realizarem, visando o bem comum. A mim nada falta que possa merecer prioridade acima dos interesses dos outros. Carrego comigo uma força "imensurável" que não pode nem deve permanecer oculta nem estagnada. Há em mim o desejo intenso de partilhar não apenas palavras, mas ideias, criatividade, amor, vida... Não sei quanto tempo ainda terei... mas o que tenho deve ser vivido de forma a não se perder cada detalhe por menor e mais simples que seja. Não quero ter o arrependimento de quem poderia ter dito, ter pensado, ter realizado,  mas não fez.
Aos que me amam ou gostam de mim, eu lhes peço compreensão, paciência, tolerância, ao menos por um período. Compreensão, principalmente para com os sonhos que tenho.  
Mesmo que viva esperando o amanhecer, esperando o entardecer e, com ansiedade a secagem das lágrimas e a cicatrização das "fissuras", espero na esperança de que o futuro é real e melhor. Acreditando também que, dependendo de nós, bem melhor pode ser a nova aurora.

(...)
Ísis Dumont

CARTA A MEUS FILHOS SOBRE OS fUZILAMENTOS DE GOYA

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(...)
Acreditai que nenhum mundo, que nada nem ninguém
vale mais que uma vida ou a alegria de tê-la.
É isto o que mais importa - essa alegria.
Acreditai que a dignidade em que hão de falar-vos tanto não é senão essa alegria que vem de estar vivo e sabendo que nenhuma vez alguém está menos vivo ou sofre ou morre para que um só de vós resista um pouco mais à morte que é de todos e virá.
Que tudo isto sabereis serenamente, sem culpas a ninguém, sem terror, sem ambição, e sobretudo sem desapego ou indiferença, ardentemente espero. Tanto sangue, tanta dor, tanta angústia, um dia
- mesmo que o tédio de um mundo feliz vos persiga- não hão de ser em vão. Confesso que muitas vezes, pensando no horror de tantos séculos de pressão e crueldade, hesito por momentos e uma amargura me submerge inconsolável.
Serão ou não em vão? Mas, mesmo que o não sejam, quem ressuscita esses milhões, quem restitui não só a vida, mas tudo o que lhe foi tirado?
Nenhum Juízo Final, meus filhos, pode dar-lhes aquele instante que não viveram, aquele objeto que não fruíram, aquele gesto de amor, que fariam "amanhã".
E, por isso, o mesmo mundo que criemos nos cumpre tê-lo com cuidado, como coisa que não é só nossa, que nos é cedida para a guardarmos respeitosamente em memória do sangue que nos corre nas veias, da nossa carne que foi outra, do amor que outros não amaram porque lhe roubaram.
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Jorge de Sena
Lisboa, 25 de junho de 1959


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Aparecida Ramos e Jorge de Sena
Enviado por Aparecida Ramos em 19/09/2014
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