Aparecida Ramos - Prosa e Verso
Palavras que a alma e o coração não calam.
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Tive vontade de abraçá-lo e beijá-lo
 

Durante algumas semanas precisei frequentar um hospital público, para realizar um procedimento simples, o qual não foi possível em minha cidade. Os motivos não convém mencionar, mas posso adiantar-lhes que as justificativas apresentadas pelo profissional (médico/PSF) não me convenceram. Apenas fingi que entendi.  

Tudo começou quando retornei da capital do RN, dia 15/03, e necessitava de atendimento médico, não sendo atendida no hospital em outra cidade de minha região, recorri a uma clínica particular. Após 15 dias com direito a alguns retornos, o médico me encaminhou para o citado hospital onde também presta seus serviços profissionais. Eu precisava fazer uma cauterização, mas não foi no útero, não, rs, foi em um dedo da mão direita e isso só poderia ser feito lá. Apos realizar o procedimento, no domingo que amanhã fará 15 dias, ainda permaneci (em virtude de uma virose irmã gêmea da dengue) por uma semana frequentando aquela instituição. Diariamente eu ficava algumas horas pela manhã e à noite aguardando atendimento. Às vezes passava do horário, isto é atrasava um pouco em função da demanda nos serviços de emergência ou urgência. Nossa, quantos plantões 'carregados"! Sabemos o quanto a demanda é grande e o quanto é precário (na maioria das vezes) o atendimento do SUS.

Ambulâncias do SAMU, do Corpo de Bombeiros e das prefeituras da região chegavam a  todo momento, além de alguns pacientes que chegam em taxi ou em seu próprio automóvel. Com exceção dos chás de cadeira, tive "sorte" de continuar sendo atendida pelo mesmo médico competente, prestativo, humano e muito atencioso. Sei que está ali para cumprir o dever de profissional, mas muitos não levam isso a sério, nem estão preocupados em prestar um serviço digno e de qualidade, pelo menos naquilo que depende deles próprios, de seu profissionalismo, principalmente quando atendem pelo SUS. A diferença é notável.

A julgar pelo título, posso muito bem imaginar o que sua mente "maliciosa" está deduzindo! rsrs Calma! Veja lá o que você está pensando, ver se aprende a não colocar o carro na frente dos bois! Eu ainda não terminei!  

Durante todo esse período observei muitas cenas, situações que minha memória (nada prodigiosa) mesmo assim retratou e ainda estão gravadas. Uma dessas cenas que chamou mais minha atenção, foi de uma mãe muito jovem deixando o Hospital com uma criança recém nascida no colo. Entendi que estava de alta de seu segundo parto.

Por alguns instantes visualizei cenas de um filme há alguns anos, quando vivi na prática, por cinco vezes essa mesma situação. Mas, voltando a falar da jovem mamãe, ela estava acompanhada por outras três mulheres. Imagino que uma era sua mãe e as outras duas deveriam ser irmã e cunhada, talvez. Em lugar do esposo e pai do recém nascido estava ali um homenzinho em miniatura, conduzindo a bolsa com os pertences da mãe e do nenem. Pela estatura ele deve ter uns dois anos de idade, mas nunca vi em uma criança tão pequena tanta dedicação e atenção, se derramando em carinhos e outros mimos para com a mãe e o irmãozinho. Quando o taxi estacionou junto à porta do Hospital, ele apressado se adiantou para abrir a porta para a mamãe entrar. Ele estava super feliz, sem jamais imaginar que aquele pequerrucho veio para roubar a atenção, o afeto e o lugar que deveria pertencer somente a ele pelo menos por mais um ou dois anos. Fiquei parada junto à grade de proteção, observando a atitude do pequenino, coisa que alguns adultos não possuem ou não demonstram em um momento como esse. Confesso, tive vontade de pegá-lo em meu colo, abraçar com força e beijá-lo ternamente!
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PS.: O atendimento negado em minha cidade foi nada mais nada menos que a aplicação de injeções na veia, mesmo eu já tendo recebido duas no Hospital. Certas "justificativas" (para mim) cheiram à incompetência ou preguiça. Pronto, falei!
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Ísis Dumont
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Se seu comentário não foi retribuído, é só questão de tempo. Aos poucos estou visitando as Escrivaninhas e deixando beijos embalados em ternura além de minhas palavras.
Muito obrigada por você ter vindo!
Forte abraço de uma Feliz Páscoa para todos/as Vocês!
Beijos!!!!!!!
 

Cauterização é um termo médico usado para descrever o ato de queimar parte do corpo humano para remover ou fechar alguma região. As principais formas de cauterização utilizadas atualmente são o eletrocautério e a cauterização química.
Wikipédia

 
Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 19/04/2014
Alterado em 19/04/2014
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