Aparecida Ramos - Prosa e Verso
Palavras que a alma e o coração não calam.
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Fechando a Porta 
 

 


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Em virtude da falta de opção (de lazer), a única alternativa para quem não quer ficar enclausurado todas as noites, é ir algumas vezes para a Praça, olhar os passantes, conversar com amigos, vizinhos, conhecidos. Às vezes há pessoas agradáveis, ideais companhias para esses momentos, mas há também gente que (se não fosse por educação) dá vontade de dispensar, porque não dizem “coisa com coisa”, são invasivas, opinam no que não deveriam e falam o que quase ninguém quer ouvir. Sim, “quase”, porque na platéia sempre há espectador (es) para um incompetente que  arrisca subir no palco!

Na Praça fala-se de tudo, desde o preço da cesta básica até a realidade "política/social" não só a nível de país, mas estadual e local. Obviamente esse último item é só para pessoas confiáveis, sabe como é, cidade pequena o que mais tem é gente bajuladora dos que estão no poder.

Ontem houve uma discussão bastante acalorada. Eram cinco pessoas que aproveitaram para falar sobre a última quase “polêmica” do momento: um projeto de autoria de um vereador de situação, tenta mudar o nome da cidade para outro nome em homenagem ao seu avô, que  nunca residiu no município. Mas... o fator mais agravante nessa história é outro projeto de lei de autoria desse mesmo parlamentar, no qual ele ousa tentar destruir a praça central para construir (no local) uma escola. Segundo informações que ouvi do mesmo, a escola funcionará em horário integral. A população está dividida, uns apoiam e outros não! Com o andar da carruagem vamos aguardar para ver em que isso vai dar.


Para mim essa noite na companhia de pessoas agradáveis as horas passaram-se depressa. Já era muito tarde, alguns amigos e amigas me cumprimentaram, agradeci-lhes pela companhia e, após trocarmos desejos de boa noite se retiraram para suas casas. Alguns, por serem vizinhos me acompanharam até a entrada, àquela hora a rua já estava deserta.  Um pouco sonolenta adentrei em casa e ao me virar para fechar a porta percebi que uma das pessoas que estavam comigo havia se atrasado e estava ali ainda no meu portão com o olhar mais terno e doce que já vi, olhar de quem não apenas cuida de alguém, mas sente algo mais... Sinceramente eu nunca havia reparado naquele rosto tão bela expressão. Senti meu coração acelerar, ainda imóvel, sem nada poder falar fiquei alguns minutos a contemplá-lo. Em silêncio, falando apenas através dos lindos e verdes olhos o rapaz educadamente acenou-me um beijo e através de gestos me fez entender que no dia seguinte teria algo muito importante para me falar.  Meu coração não conteve a emoção e meus olhos encheram-se de lágrimas... Foi a primeira vez que chorei diante do charme e do encanto de um homem que sem me tocar conseguiu me encantar e quase parar minha respiração.

Demorei adormecer, imaginando, tentando advinhar suas palavras, seu jeito de me falar no dia seguinte. Foi aí que percebi o frisson que me causara aquele bonitão, que apesar de ser meu vizinho há quase um ano, eu nunca havia prestado atenção na cor dos seus olhos nem na ternura que tão docemente me envolveu quando estava distraída e apenas “Fechando a Porta”.



 
Isis Dumont
Só inspiração, nada a ver comigo, amores! rs
Beijos e meu carinho!


Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 09/05/2013
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