Aparecida Ramos - Prosa e Verso
Palavras que a alma e o coração não calam.
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Textos


Infância de versos




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À noite quando estava em casa
Meu pai tocava sua viola,
Cantava e fazia versos como ninguém.
Minha mãe ficava sentada costurando,
Meus irmãos pequenos dormiam.
Eu, embevecida no meu canto
Lia e relia as histórias de minha "Cartilha Maravilhosa"
De Theobaldo Miranda Santos:
"O Gato de botas, O Marquês de Carabás, A Bela e a Fera,
As poesias de "João e Maria"...

Diuturnamente, eu me deliciava
Com dezenas de canções, poemas e
Folhetos de cordel
Que meu pai trazia em sua mala de viagem:
Eram histórias de "fadas bondosas, bruxas malvadas,
Princesas e príncipes encantados,
Amores impossíveis, traições, vinganças,
Injustiças, paixões arrebatadoras ,
Cangaceiros temíveis, problemas sociais
Histórias do diabo e, a religiosidade, entre outras".

Na sala, meu pai afinava sua viola
E organizava em um caderno
Todas as datas em que tinha compromissos
Que ele chamava de "trato",
Onde era esperado para cantar suas poesias!
E eu no verdor dos meus 7 anos
Era pequena demais para entender
Por que nós não tínhamos um pai
Mais presente e, sendo poeta
Que fizesse rimas e cantasse versos
Só para nós!

(Texto composto em 1974)
Aparecida Ramos
Enviado por Aparecida Ramos em 28/09/2011
Alterado em 24/12/2011
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